terça-feira, 21 de junho de 2011

DESCARTE DE VACAS LEITEIRAS

Para manter a produção de leite como atividade economicamente viável, o descarte de vacas-problema é uma medida que pode afetar diretamente a produção e ter grande impacto sobre a sanidade do rebanho. Contudo, o descarte de vacas em um rebanho é uma estratégia de alto custo, onde o valor do animal a ser eliminado é geralmente baixo e o preço de um animal de reposição, geralmente é alto.
O descarte das vacas leiteiras é uma prática que depende das metas de produção da propriedade leiteira, sendo classificado em:
Descarte voluntário: a vaca é descartada por uma decisão de manejo, baseada na produção de leite, tipo, temperamento, entre outras características.
Descarte involuntário: a vaca é descartada por apresentar algum problema (morte, mastite, casco, falha reprodutiva, e outras doenças).
Os principais motivos de descarte são:
  • Idade avançada;
  • Estágio de lactação;
  • Venda de animais para obter recursos financeiros;
  •  Baixa produtividade;
  •  Mastite e alterações na glândula mamária;
  •  Problemas reprodutivos;
  • Enfermidades no sistema locomotor.
Assim, decisão de descartar ou manter uma vaca no rebanho baseia-se na expectativa sobre o desempenho na produção de leite desse animal. Quanto mais o tempo de permanência de uma vaca no rebanho após a primeira cria e inicio do retorno dos investimentos no animal, maior o lucro obtido (vida útil).
                        
           Por Crislaine Sartori Suzana

segunda-feira, 20 de junho de 2011

CRIAÇÃO DE BEZERROS: O FUTURO DO REBANHO

A criação de bezerros deve ser considerada como uma das principais atividades em um sistema de produção de leite. Os bezerros além de representarem o aumento do rebanho, também são fundamentais para garantirem o melhoramento genético deste, pois devem apresentar um potencial genético mais elevado em comparação com os animais mais velhos que serão substituídos.


Muitas vezes a criação de bezerros não é valorizada como deveria, isto se deve ao fato de haver um alto custo neste período. Outro ponto chave é que o período desde o nascimento até o momento onde ira haver o retorno financeiro é longo, e o criador precisa de uma fonte de recursos para investir neste animal até que ele retorne o valor investido. O que temos que ter em mente é que o sucesso no desempenho do bezerro desencadeará no sucesso produtivo do animal adulto. Os cuidados com prevenção de doenças e com a alimentação dos bezerros são os pontos que estão sob responsabilidade do criador, por isso são os que devem ser manejados de forma correta e com observação cautelosa no desenvolvimento de cada animal. O sucesso da atividade depende primeiramente do desempenho do criador e do valor que proprietário confia em seus animais.

Por Willian Fontanive Jandrey

BOAS PRATICAS NA ORDENHA

O pensamento sustentável está presente em praticamente todos os lugares, principalmente quando se fala em práticas agropecuárias. No manejo da ordenha não é diferente. Para o desenvolvimento da ordenha sustentável é necessário que os ordenhadores conheçam seu trabalho, realizando-o de forma correta, paciente e cuidadosa, sem provocar estresse nas vacas.
Os conhecimentos sobre o comportamento das vacas leiteiras e sobre as técnicas corretas para a realização da ordenha são pontos chaves para a implantação de boas práticas de manejo na ordenha e para a obtenção de leite com alta qualidade. Também é necessário que o ordenhador seja capaz de perceber as necessidades das vacas sob seus cuidados e que goste dos animais e de seu trabalho.
Procedimentos da ordenha
1-Cheque se o local de ordenha está preparado para receber as vacas.
2-Realize as ordenhas sempre nos mesmos horários.
3-Conduza as vacas para o local de ordenha com calma, sem bater nos animais, nem correr e nem gritar.
4-Respeite a formação da linha de ordenha. Ordenhe primeiro as vacas em boas condições de saúde e deixe para o final as vacas com problemas.
5-Acomode as vacas no local de ordenha, não grite, nem empurre ou bata nas vacas para que elas se posicionem.
6-Se julgar necessário, amarre as pernas das vacas mais agitadas.
7-Tenha mais cuidado com novilhas recém-paridas e vacas mais agitadas.
8-Lave os tetos com água corrente somente quando estiverem sujos, não molhe o úbere.
9-Faça a vaca perceber sua presença nesse momento, chame-a pelo nome, sinalize a sua presença antes de tocar em seu teto.
10-Faça o teste da caneca de fundo preto para o diagnóstico de mastite clínica, cheque teto por teto. Se o teste der negativo continue a ordenha. No caso do resultado do teste ser positivo, transfira a vaca para a última bateria da linha de ordenha.



11-No caso de ordenha com bezerro ao pé, libere o bezerro e deixe que ele mame um pouco em todos os tetos para estimular a descida do leite, afastando-o do úbere logo em seguida. Não puxe o bezerro pela cauda ou orelhas.
12-Em ordenhas sem bezerro ao pé, realize o pré-dipping1 e aguarde 30 segundos para secar os tetos.

                      

13-Seque os tetos um a um, utilize papel toalha descartável.
14-Acople as teteiras ou, em caso de ordenha manual, ordenhe a vaca.
15-Ajuste bem as teteiras para prevenir entrada de ar.
16-Se alguma vaca defecar ou urinar durante a ordenha utilize um rodo ou pá e empurre (ou puxe) os dejetos para a calha de drenagem. Lave o local apenas no intervalo entre as baterias de ordenha. Desligue o vácuo após cessar o fluxo de leite e remova as teteiras.
17-Realize a desinfecção dos tetos (pós-dipping1).
18-Nos casos de ordenha com bezerro ao pé, deixe-o junto com a mãe por pelo menos 20 minutos após a ordenha e faça o pós-dipping após a apartação.
19-Libere as vacas da sala de ordenha calmamente.
20-Realize a limpeza das instalações e dos equipamentos imediatamente após a ordenha.
21-Para a lavagem e desinfecção de equipamentos de ordenha mecanizada siga sempre as instruções do fabricante.
22-Na ordenha manual, os baldes e os utensílios deverão ser lavados com água corrente e detergente.
23-Após cada ordenha deixe as instalações e todos os equipamentos, materiais e utensílios preparados para o início da próxima.
24-As aplicações de medicamentos e outros tratamentos, não devem ser feitos na sala de ordenha. Defina um local adequado para esses tratamentos, com boas condições de segurança para os animais e para os responsáveis pelo trabalho.
25-Forneça alimento para as vacas logo após elas saírem da sala de ordenha, para evitar que se deitem sobre sujeira enquanto os orifícios dos tetos ainda estão abertos.

Os procedimentos da ordenha, que englobam as boas práticas de manejo, são bastante conhecidos pelas pessoas que trabalham nesta atividade, no entanto é interessante reavaliar se estão sendo bem feitos e observar os cuidados que garantem o sucesso da produção.
1 Pré e pós dipping: imersão dos tetos em solução desinfetante, a fim de protegê-los contra microorganismos causadores da mastite.

Para mais informações sobre manejo de ordenha acesse:




Por Tuane Araldi da Silva

domingo, 19 de junho de 2011

MASTITE

O QUE É?
Doença contagiosa ocasionada por bactérias e de fácil transmissão entre as vacas. Consiste na inflamação das glândulas mamárias, sendo considerada a doença mais comum e mais cara do gado leiteiro. Sua incidência está relacionada a fatores ambientais, do animal e principalmente do manejo. Ocorre em uma ou mais tetas e pode aparecer quando a vaca está em lactação ou no período seco. Pode ocorrer de duas formas: clínica ou subclínica.

Figura 1 - Esquema de fatores relacionados a ocorrência da mastite bovina.

O QUE CAUSA?
A mastite clínica provoca secreção de leite com grumos, pus ou de aspecto aquoso, tetas e úbere com vermelhidão, duras, inchadas, doloridas e quentes. Pode também gerar febre, perda de apetite e chegar a morte, em casos mais graves. Já a mastite subclínica apresenta sintomatologia invisível, necessitando de testes para diagnóstico.

COMO DIAGNOSTICAR?
Dentre os testes que o podem ser realizados pelo próprio produtor para detecção de mastite, o mais comum é o teste da caneca telada ou de fundo preto, onde são depositados os primeiros jatos de leite de cada teta e observa-se a presença ou não de grumos, pus ou se o leite está aquoso.

Figura 2 - Caneca de fundo preto para testes diários.


Figura 3 - Resultado positivo de mastite em teste da caneca de fundo preto.


Outro teste, que deve ser realizado mensalmente, é o California Mastitis Test (CMT), também conhecido como teste da raquete. Este teste é feito em uma bandeja que contém quatro compartimentos. Em cada um destes compartimentos é coletado 2 mL de leite de cada teta e adicionado um reagente na mesma quantidade. Depois são feitos movimentos circulares na bandeja. Caso verifique-se a formação de um gel em algum compartimento, aquela teta é positiva para mastite subclínica.

Figura 4 - Equipamento utilizado para o California Mastitis Test ou teste da raquete.

Figura 5 - Execução do teste da raquete.

QUAL A FORMA DE TRANSMISSÃO?
De animais contaminados para animais sadios, bem como de tetas contaminadas para tetas sadias, através dos equipamentos de ordenha ou mãos do ordenhador, quando os animais doentes são ordenhadas antes que os sadios e os equipamentos não são desinfectados.

COMO PREVENIR E TRATAR?
Identificar as vacas doentes é o primeiro passo. Depois, estas devem ser separadas para tratamento com antibióticos, o qual deve ser feito logo, sem demora. Mas, cuidado! Não deve ser usado qualquer antibiótico, isso porque são vários os microorganismos que causam a mastite. O melhor é consultar um médico veterinário para ser indicado o tratamento correto.
Na ordenha devem ser observados cuidados, tais como: fazer todos os dias o teste da caneca telada ou de fundo preto; ordenhar primeiro as vacas sadias de primeira cria, depois as vacas mais velhas que nunca tiveram mastite, depois as vacas tratadas e curadas, e por último as vacas doentes. Além disso, a ordenha tem que iniciar pelas tetas sadias e terminar pelas doentes.
Para que a doença não se espalhe pelo rebanho, deve-se tomar cuidados com a limpeza do ambiente (retirada do esterco do curral, sala de ordenha), limpeza das teteiras, regulagem da ordenhadeira e a lavagem das mãos do ordenhador antes de ordenhar cada vaca. Além disso, também é aconselhável a roçagem dos pastos para evitar ferimentos nas tetas e úbere, que podem servir de porta de entrada para as bactérias que causam a doença.
Antes da ordenha de cada vaca as tetas têm que ser desinfetadas e para isso pode ser usada uma solução contendo hipoclorito de sódio (2 colheres de sopa para 10 Litros de água), onde é lavada cada teta e depois secada com papel toalha. Depois da ordenha de cada vaca, deve ser feita a desinfecção de cada teta com uma solução de iodo ou iodofórmio. E as vacas devem ser mantidas em pé por pelo menos 30 min, para evitar que ao se deitarem microorganismos do ambiente entrem pelos orifícios das tetas.

Para mais informações acesse http://www.youtube.com/watch?v=r0iu2BILjZg e assista ao vídeo sobre "Qualidade do leite e mastite em vacas leiteiras".


Por Laila Mayara Drebes


FENO E SILAGEM

No sistema de produção animal a utilização de forragens para alimentação do rebanho através de pastoreio é o fator mais relevante para a atividade.  No entanto a disponibilidade de forragens para o rebanho é desuniforme durante o ano, que possui períodos de elevado crescimento das forragens e outro período com produção escassa, principalmente em função das influências climáticas.
Portanto, para períodos onde a produção de forragens cessa, ou o seu crescimento não é proporcional para a quantidade consumida pelo rebanho, torna-se necessário a utilização de complementos como o uso de feno e silagem, deste modo, é fundamental que os produtores tenham cuidados no momento da produção desses alimentos, pois o manejo e o armazenamento são fatores limitantes para a qualidade de uma boa silagem e um bom feno.
Os cuidados para obtenção de uma silagem ou feno de alta qualidade inicia-se antes mesmo do plantio propriamente dito até o armazenamento final. 

Fatores a serem considerados:
  • Escolha da área e preparo do solo;
  • Correção e adubação do solo;
  • Amostragem e análise do solo;
  • Escolha de forragens que se adapte a região e possua alta qualidade nutricional;
  • Instalações adequadas para armazenamento do produto final.

Deste modo, o sucesso para obtenção de silagem e feno dependerá do planejamento realizado pelo produtor, desde o plantio até o armazenamento do produto final.  Sendo conhecedor da quantidade necessária a ser disponibilizada ao rebanho, o produtor conseguirá gerenciar sua produção, a fim de conseguir fornecer aos animais a quantidade suficientes de sua nutrição, atingindo seu objetivo final, que é aumento da produção leiteira.




Por Fernanda Muller

 

MANEJO DE FORRAGENS


Sabe-se que a produção diária de leite de uma vaca é função do alimento que ela ingere. Dessa forma, é fundamental um bom manejo dos pastos, para se produzir uma forragem de bom valor nutritivo e em grandes quantidades.
Primeiramente, deve-se escolher a espécie forrageira que melhor se adéqua às condições de clima e solo da região. Esta deve ter uma boa produção em questão de qualidade e de quantidade, sempre adequada ao manejo da propriedade.  
Entre as principais espécies forrageiras utilizadas na nossa região, encontram-se:
·Brachiaria spp. : capins com alta produção de matéria seca;
·Cynodon spp. : espécies que apresentam boa cobertura do solo e agressividade, além de boas características nutricionais e produtivas, e boas características para conservação de forragem;
·Lolium multiflorum: o azevém é uma gramínea anual bastante rústica, agressiva e que perfilha em abundância, além de possuir ressemeadura natural;
·Avena spp. : é uma gramínea anual, que suporta temperaturas baixas, é resistente à doenças e ao pisoteio e possui um alto rendimento de forragem verde e seca.
Além da escolha da espécie mais adequada, deve-se sempre buscar um equilíbrio no sistema de produção, mantendo a fertilidade do solo, evitando o superpastejo e respeitando o crescimento da forragem.
Os principais sistemas de pastejo utilizados em bovinocultura de leite são o pastejo contínuo, em que  a pastagem é utilizada o tempo todo, durante todo o ano e o sistema de pastejo rotacionado, em que a pastagem é subdividida em piquetes menores, que são utilizados um após o outro, como pode ser visto na figura abaixo. Este sistema de pastejo apresenta vantagens como um melhor desempenho sob altas taxas de lotação, um aproveitamento mais uniforme da pastagem, uma melhor distribuição dos dejetos e também permite a recuperação total das plantas.

Figura 1 - Esquema de pastejo rotacionado.


Por Priscila Monalisa Marchi

TUBERCULOSE BOVINA

 O QUE É?
Assim como a brucelose, a tuberculose também é uma zoonose causada por uma bactéria. É caracterizada pelo desenvolvimento lento e duradouro e pelo aparecimento de lesões nodulares (tubérculos), que podem se localizar em qualquer parte do corpo, especialmente no aparelho respiratório.

Figura 1 - Pulmão e linfonodo bovino com presença de nódulos característicos de tuberculose.

O QUE CAUSA?
O animal apresenta perda de peso acelerada no estágio final da doença e, também, cansaço. Além disso, ocorre diminuição da produção de leite associada a inflamação da glândula mamária, bem como dificuldade respiratória e tosse.

QUAL É A FORMA DE TRANSMISSÃO?
A transmissão ocorre, principalmente, através do ar, mas a bactéria também pode ser transmitida pelas vias intestinais. Sendo assim, a contaminação pode ocorrer através da ingestão de leite cru e seus derivados, contato com animais infectados, manejo e instalações inadequados e água e forragens contaminadas.

COMO PREVENIR E TRATAR?
Como ainda não existe tratamento para a tuberculose bovina, é recomendada e execução de exames rotineiros para diagnosticar a ocorência da doença e a vacinação preventiva dos animais. Deve-se fazer uso de instalações com boa ventilação e com exposição direta ao sol e realizar a desinfecção das mesmas. Não deve-se permitir a presença de outros animais, como cães e gatos, no curral. Não existindo tratamento, os animais contaminados devem ser isolados e sacrificados.

Figura 2 - Diagnóstico alérgico: inoculação de tuberculina, se 72 horas após houver reação, o animal está doente.


Por Laila Mayara Drebes